quinta-feira, 15 de maio de 2008

E vem aí a 4G

Convergência e muito mais velocidade se encontram nas redes 4G. Por André Caramuru Aubert

Como a evolução tecnológica é auto-alimentada e não se permite diminuir o ritmo. Enquanto o 3G vai sendo introduzido no dia-a-dia das pessoas, os centros de pesquisa preparam a próxima geração móvel, a 4G.

Depois das altas performances em transmissão de dados da terceira geração, a quarta trará, finalmente, a solução definitiva para o trânsito das grandes cidades, o teletransporte.
Atenção, antes que algum apressadinho se anime, é brincadeira. De qualquer forma, e embora ainda haja bastante coisa por especificar quanto a padrões e tecnologias empregadas, tarefa a cargo da ITU (International Telecommunications Union), que deverá mediar e acomodar interesses de grandes fabricantes e operadoras, as promessas do 4G são sólidas.

Por exemplo, a taxa de transmissão de dados mínima entre dois pontos (dois celulares em qualquer ponto do globo ou um servidor e um celular movendo-se em alta velocidade) será de 100 Megabits por segundo (Mbps), enquanto a taxa normal entre um servidor e um celular parado ou movendo-se lentamente será de 1 Gigabit por segundo (Gbps).

Para se ter uma idéia, a taxa mínima (100 Mbps), permite que um filme longa metragem com resolução de DVD seja baixado em cerca de cinco minutos. Será possível assistir a TV digital de alta definição, fazer videoconferência com diversos usuários, baixar montes de músicas, e muitas destas coisas ao mesmo tempo, no celular ou usando o celular como modem. Convergência, uma palavra que andou na moda, encontra seu destino no 4G.

Se o 3G é rápido, o 4G é muito mais. E essa é, na verdade, a grande promessa da quarta geração. Apesar da velocidade toda, até agora os exemplos citados para justificar a nova geração mostram mais uma evolução, ainda que significativa, do que uma revolução.

Afinal, assistir filmes no celular pode ser bom, mas a 3G já está perto disso, e será que poder assistir a “E o vento levou” num celular em alta resolução será grande vantagem? Certamente, não para a saúde dos olhos. E não há, aí, qualquer quebra de paradigma.

Antecipando-se ao que virá, penso em soluções na área médica, por exemplo. Um cirurgião poderia acompanhar, em alta resolução, o estado de uma pessoa acidentada antes que ela chegasse ao hospital, orientando os para-médicos com muito mais precisão do que ocorre hoje. Na verdade, ele poderia até mesmo operar um robô-cirurgião remotamente. Exemplos desse tipo, na verdade, é que podem justificar o 4G.

André Caramuru Aubert, um dos pioneiros em tecnologias móveis no Brasil, é consultor. E-mail: andre@magically.com.br

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